miércoles, diciembre 14, 2005

Voltando à realidade?

Voltei pra São Paulo na sexta passada e ainda estou tentando me readaptar a essa cidade, se isso for possível.

A sensação de angústia, medo e ansiedade que me tomaram quando descia o avião misturaram-se com a impressão de que nada mudou e de que eu somente havia passado um fim de semana longe de casa.

Mas muita coisa mudou sim.

Em meio ao trânsito que parece só piorar, ao "fenômeno Bruna Surfistinha" (eu poderia ter ficado sem saber dessa), à lama no Planalto e ao nervosismo que o futebol ainda me causa, consegui listar algumas coisas das quais certamente vou sentir saudades em Buenos Aires:
- Poder caminhar pelas ruas
- Poder viver (bem) sem carro
- Os cafés com medialunas
- A linha de ônibus 110
- As praças, parques e a quantidade de árvores que deixam qualquer paulistano envergonhado
- O bairro de Palermo Viejo
- Os vinhos bons que custam menos de 10 pesos
- Os asados
- O sorvete de doce de leite caseiro com brownie da Persicco
- O sotaque porteño
- Os amigos
- O apartamento 10ºD

Por outro lado... não posso deixar de mencionar algumas coisinhas que, sinceramente, podem ficar lá na Argentina de vez:
- A poluição, principalmente dos ônibus
- A falta de educação dos motoristas argentinos para com os pedestres
- A imagem do Maradona como o Deus do universo
- O tango que toca incessantemente pelas ruas
- Os donos do meu ex-apartamento

Entre tantas coisas, só posso citar a frase do mestre. E ainda que ela tenha se tornado um chavão, faz todo o sentido.

"Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena"

Vou organizar as idéias, porque agora o momento é de ebulição, e voltar a escrever em breve.

martes, diciembre 06, 2005

Monsters Inc.

Que o povo argentino é bonito, isso todos já sabem. Mas agora chegou a vez de eu cumprir meu papel de mulher e soltar um pouquinho de veneno. Vou contar-lhes o lado obscuro da mulher argentina.

O título desse post não é exagero, não. Aqui, é muito comum nos depararmos com um verdadeiro show de horror. Ressalto que esse post é fruto de conhecimento empírico, do famoso: "meninos, eu vi!!"; ninguém me falou, ninguém me contou, eu mesma experimentei a visão do inferno.

Bom, se por um lado a mulher argentina é quase sempre magra, tem cabelos lisos, enfim, tem tudo para parecer-se uma modelete, por outro lado existem as:

botocadas: o fenômeno botox também chegou aqui. Caminhando pela rua, é fácil encontrar mulheres com cara de peixe, de tão bocudas e sem expressão;

repuxadas: um dado importante é que a Argentina é um dos países em que a cirurgia plástica é mais acessível à população. Só que tem gente que quer aproveitar ao máximo, e aí exagera na dose. É pele repuxada daqui, pálpebra levantada dali, e um resultado monstruoso. Mulheres com expressão de um constante susto.

curtidas pelo sol: a cidade de Buenos Aires não tem praia mas o povo é viciado em sol. Por isso, quando faz tempo bom as praças e parques ficam cheios. Só que me parece que parte das mulheres se esquece de um elemento fundamental: filtro solar. Aquela canção "use filtro solar" agora faz mais sentido do que nunca para mim. Os efeitos do sol nas peles de algumas mulheres resultam em peles manchadas, sem elasticidade, e com uma coloração de "carne curtida". Terrível.

anoréxicas: quando eu li uma matéria que dizia que a Argentina era o segundo país com o maior índice de anorexia, fiquei impressionada. Mas quando eu comecei a ver com uma certa freqüência mulheres anoréxicas, aí eu fiquei chocada. É sério, já cruzei diversas vezes com mulheres que me deram a sensação de que se eu desse um tapinha nelas, quebraria algum osso.

híbridas: assim como escrevi no post sobre os mullets, as mulheres também podem ter características de uma ou mais categorias. Uma mulher curtida pelo sol e com a pele toda repuxada. Ou uma que tem a boca maior que a da Daniela Cicarelli e é mais magra que a Sandy. E por aí vai...

E, antes de finalizar, um comentário importante: para aqueles que pensem, "nossa, como a Ana é maldosa", repito: tudo isso é fruto de OBSERVAÇÃO! E em momento algum generalizo minhas conclusões. Existem mulheres maravilhosas aqui. Mas que a Argentina tem suas monstrinhas, isso tem.

Besos.

sábado, diciembre 03, 2005

Isso aqui é um pouquinho de Brasil...

Pode parecer clichê, mas é mais pura verdade: brasileiro não tem igual. Olha, não querendo ser ufanista e essas coisas, mas quando brasileiro se junta, é pura alegria.
Digo isso porque nesse último sábado minha prima Pat e seu namorado Martin fizeram uma festa de final de ano na casa deles.
Vamos dizer que 20% dos presentes eram brasileiros, muitos ainda não se conheciam entre si. E 5 minutos bastaram pra nos juntarmos na bancada, fazermos boas caipirinhas, caipiroskas, batidinhas e afins, contarmos histórias engraçadas, compartilharmos experiências, darmos muita risada... Mais que nunca, me senti em casa.
Em certo momento, os músicos presentes - todos argentinos, diga-se de passagem - se juntaram numa batucada coletiva, com pandeiros, tambores improvisados, sinos e etcs., e o resultado foi que nos esbaldamos de cantar Clara Nunes, Zeca Pagodinho, Luiz Gonzaga... escutar uma sala com 80% de estrangeiros cantando: "é água no mar... é maré cheia ô, mareia ô, mareia..." foi algo indescritível: uma autêntica roda de samba brasileiro em território portenho.
Tudo isso me fez pensar que, para se estar no Brasil, não é preciso estar no Brasil. O clima e a energia do nosso país nós os carregamos para onde quer que seja. Por isso cada vez mais tenho a certeza de que, aonde quer que eu esteja, sempre vou dar um jeito de estar no meu país.
Aí vão algumas fotos tiradas na noite.

Eu, minha prima Pat ao centro, e Ana Paula, brasileira que vive aqui em BsAs.


Balcão das caipirinhas - Analía, Hernan, Pat, Ana e eu


Batucada e samba no pé


Batucada