martes, julio 20, 2010

La Vega


La Vega é o equivalente ao Ceasa de Santiago. Se você quiser conhecer a fonte das delícias dos principais restaurantes da cidade, tem que ir lá.
Sábado passado eu visitei a Vega pela primeira vez. Aproveitei o feriadao e fomos de metrô, e com tempo. Entrar lá é entrar num mundo cheio de misturas, sabores, cores, aromas. A Vega é povao, é grito dos comerciantes, é oferta de última hora. É conhecer comidas que você nem imaginava que existiam. Milho preto? Pois é, tem lá. Ao mesmo tempo é reencontrar sabores do Brasil. Mandioca fresquinha? Lá também tem.
Eu recomendo ir à Vega para quem quiser conhecer bem Santiago. Nao tem frescura, nao tem salto alto, nao tem roupa bonita. É botar um jeans, uma camiseta, tênis e pochete. E se quiser aproveitar a oportunidade, leve um bom carrinho de feira para levar do bom e do melhor, minha senhora!!

domingo, julio 04, 2010

Adoro as árvores de Santiago



Uma das coisas mais lindas de Santiago sao as árvores. Se bem ainda há um déficit grande de vegetaçao, para quem viveu em Sao Paulo uma das coisas que mais chama a atençao em Santiago é a quantidade de árvores.
Passear pela cidade pode ser muito mais lindo se você prestar atençao nas diferentes espécies que estao pelas ruas e praças. Especialmente no outono, e começo do inverno, o espetáculo é ainda mais bonito, com um verdadeiro show de tonalidades, que vao desde o coral, laranja, vermelho, amarelo e verde. Essas fotos eu tirei aqui perto de casa e dá pra ter uma idéia da beleza que sao essas nossas companheiras urbanas.

E a Cordilheira...


Em Santiago, por mais que você esteja acostumado à vista da Cordilheira, ela sempre vai te surpreender com uma apariçao ainda mais linda. Esse foi um presentinho depois de alguns dias de chuva.

jueves, agosto 09, 2007

Neve em Santiago!!!

Depois de quase 10 anos, nevou em Santiago. Essas fotos eu tirei hoje de manhã, do terraço do meu apartamento.


Novela chilena para brasileiro ver



Uma das coisas que mais faz sucesso por aquí é a novela brasileira. Imaginem vocês qual não foi minha cara ao ouvir o Claudio dizendo, quando viu uma foto da Maitê Proença, “é a ‘DONHA BÊICHA’!!!” Ou então quando estavam passando América e ele viu a Cristiane Torloni, e disse: “eu estou reconhecendo essa atriz... é A GATA!” Pois é.

Mas eu, que pensava que nós brasileiros éramos mestres em fazer novelas boas, mordi minha língua quando começaram a passar a nova novela noturna da TVN (o canal nacional), chamada “Álguien te mira”. No começo não dava nada por ela, sabia que seria algo meio de suspense, mas fiz a besteira de começar a vê-la todos os dias.

A história é tudo o que uma criança não pode ver: um assassino em série cuja marca registrada é matar mulheres solteiras, entre 30 e 35 anos, mães, e que ao final retira o coração das suas vítimas. Cenas de mortes com serras elétricas, sangue, muito sangue. Momentos picantes, que deixariam qualquer Gilberto Braga no chinelo (e eu que pensava que brasileiro é que era liberal!!!). Um grupo de amigos médicos e que são sócios de uma clínica oftalmológica: um deles trai a mulher com a cunhada, outro é viciado em cocaína, e outro é nada menos que o próprio assassino.

Sim, ao contrário da maioria das novelas, nas quais os assassinos são descobertos nos últimos capítulos, nessa, o autor revelou quem era o “bandido” na metade da história. Ainda por cima, a mocinha da novela, uma delegada que estava investigando os assassinatos, foi morta no meio do caminho, contradizendo todas as minhas expectativas.

Conclusão: agora os espectadores sabem de tudo enquanto que os demais personagens não, e vamos acompanhando os passos desse psicopata, e como os outros vão descobrindo as pistas.

A novela já está chegando aos momentos finais e a verdade é que virou praticamente um vicio para muita gente. Eu sempre vejo no primeiro horário, das 22h às 22h45, mas se eventualmente perco… espero até a 1am, quando reprisam o capítulo. E quando não tenho sono, vejo nos dois horários. Pois é, quem diria que os chilenos, consumidores fiéis da novela brasileira, fossem fazer uma novela digna do padrão Globo. Talvez até melhor.

martes, julio 24, 2007

O frio


Quando vim morar em Santiago sabia que teria que me acostumar ao frio. Mas é só quando ele chega que a gente tem a real idéia do que significa viver com ele. Porque uma coisa é o frio que a gente tem em São Paulo, uma semana gelada, depois começa a amenizar. Outra coisa é estar 3 meses com temperaturas máximas de 15 graus.

Uma coisa são os casacos que a gente compra no Brasil pra se abrigar. Aqui, não esquentam nada.

Uma coisa é você colocar várias blusas para se abrigar. Outra é ter que colocar blusa térmica, blusa de manga comprida, malha de lã, meia-calça normal, meia-calça de lã, meia de lã, calça de veludo, jaqueta, casacão, cachecol, luva, gorro, ... e ainda assim sentir frio.

Uma coisa é ir trabalhar bem agasalhada. Outra coisa é ter que trabalhar o dia inteiro de luva e ainda assim levantar de 5 em 5 minutos para esquentar as mãos na estufa.

É conversar com alguém dentro do escritório e ver o vapor saindo da boca.

É dizer, quando fazem 12 graus, "ah, hoje não está tão frio".

É sentir, quando fazem 16 graus, um tímido calor no corpo.

É ver na rua um carro que veio de um bairro mais alto coberto de neve, e ter que se segurar para não denunciar que você é mais um brasileiro fascinado com o gelo.


É voltar do trabalho morrendo de frio e quase desmaiar de felicidade ao entrar em casa e sentir o calorzinho da calefação.

É desfrutar, ainda mais, um bom vinho, ou uma boa cachaça.


É ganhar uns quilinhos extras, porque simplesmente é impossível ficar só na saladinha e negar um bom prato de massa.


É agüentar 3 dias de chuva, mas depois ser recompensada por um dia lindo com a Cordilheira toda nevada.


É ter saudades do calor da praia, mas no fundo no fundo... adorar viver nesse clima.

lunes, junio 25, 2007

Fiesta rrrunina


Sábado foi um dia pra matar as saudades do Brasil. A casa do imigrante organizou uma festa junina pros brasileiros que vivem aqui em Santiago (que graças a Deus são muitos!!). Fiz questão de levar o Claudio pra ele conhecer um pouco mais da cultura popular brasileira, portanto chegamos logo no começo. Na hora deu pra perceber que o espaço ia ser pequeno pra tanta gente. Começamos tomando um quentão (talvez o mais forte que eu já tomei na minha vida), comendo pão de queijo, churrasquinho, coxinha. Lá pelas tantas começou a quadrilha "oficial". Essa, só assistimos. Depois das danças, veio o show do "Emerson Araújo", paulistano como eu, tocador de zabumba e cantor. Forró, xote, xaxado, não deu pra ficar parado (até rimou). Tentava ensinar os passos básicos pro Claudio, mas é tarefa difícil... Pelo menos ritmo ele tem, então é só "adestrá-lo" bem que na próxima a gente arrasa no salão.

Mas o melhor ainda estava por vir. No segundo bloco do show, o seu Emerson mandou só boas músicas, Paralamas, Alceu Valença, culminando com "Festa do Interior" e "Olha pro céu" do Gonzagão. Me senti num baile do Itaguará, todos no salão pulando, improvisando uma quadrilha coletiva, enfim, emocionante. No dia anterior tinha explicado pro Claudio os gritos da quadrilha: "olha a cobra!!!", "a ponte quebrou!!", ele ria incrédulo... mas acabou dançando e gritando tudo isso, dava risada, se divertiu e no final adorou.

Ficamos lá até quase meia-noite, mas a animação era muita para voltar pra casa. Junto com outros brasileiros fomos pro "Esquina do Samba", barzinho verde-amarelo em Santiago. Mais um bom tempo tomando caipirinha e escutando samba ao vivo.


Deu pra matar um pouco as saudades e sentir aquele calor humano que só o brasileiro tem.




Meninas brasucas: Aurora (Rio), eu, Daiana (Bahia), Bárbara (Minas), Carol (Ceará) e Gê (Brasília)


Geral da festa


Ensinando chileno a dançar forró


Eu, Claudio e Andrés (namorado da Aurora, de Sampa) no Esquina do Samba

martes, mayo 08, 2007

Chile ou China?


A semelhança entre Chile e China não se resume a apenas uma sílaba. Uma das primeiras coisas que eu notei aqui é a quantidade enorme de restaurantes chineses. Em todas as partes da cidade há uma China House, Chine River, ChengCheng, Liu Liu e por aí vai.

Só aqui perto de casa há pelo menos uns 5 restaurantes.

E quando os chilenos imitavam os chinitas falando, trocando o R pelo L, pensei que era pura piada. Até que um dia, domingo, às 16h45 saímos em busca de algo para comer. Entramos em um dos restaurantes chineses aqui por perto e a chinesinha logo na entrada nos perguntou:

- van a comel aqui?

Diante da resposta afirmativa, ela disse com carinha de chinesa risonha:
- aaaah... es que nosotlos celamos a las 5!

Não nos restou nada mais a não ser levar a comida para casa e segurar o riso.

miércoles, abril 25, 2007

Drexler + Moska


Ontem tive a oportunidade de ir ao único dia de apresentação do Jorge Drexler aqui em Santiago. Eu, que como muitos, só o conheceu depois do Oscar, fiquei supresa com o tremendo show que ele comandou. Gosto muito das suas músicas mas tinha a impressão de que seria um show morno. Bem, foi só impressão mesmo.

Esse uruguaio é MUITO BOM. Conquistou o público de cara com muita simpatia e um senso de humor único. A banda era formada por músicos que, como ele, eram lindos e super competentes, os arranjos misturavam sem pudor música eletrônica vinda de um Macintosh com instrumentos clássicos como violino e contrabaixo. Sem dúvida um dos momentos mais marcantes foi quando Drexler cantou à capela "Al otro lado del rio" (que bom seria se o Antonio Banderas estivesse vendo...). Além disso, outros pontos altos:

Bem ao estilo "banquinho e violão", ele cantou lindamente "A Rita" de Chico Buarque num português encantador, e em seguida emendou para "Don de fluir" numa levada bossanovística impecável. Quase chorei.

O dueto com Paulinho Moska. Sim, o Moska fez a abertura do show cantando sozinho 3 músicas e voltou ao palco para dividir mais 2 canções com Drexler. Sensacional, o público adorou, e o Moska se demonstrou extremamente simpático (e eu que nunca fui muito sua fã, queimei minha língua).

No final, já no segundo bis, todos estavam extasiados - público e músicos. Terminada a última música eles se abraçavam, pulavam, tiravam fotos do teatro lotado com suas próprias câmeras, como se estivessem atrás das cortinas. Mas estavam ali, para todo mundo ver e se emocionar.

Hoje o Moska faz um show individual num Centro Cultural aqui da cidade. Tomara que os chilenos se rendam aos seus encantos como eu também me rendi.

Ao final, a soma Drexler + Moska foi surpreendente e inesquecível.
obs - para ver meu texto sobre esse show no Zancada, clique aqui.