martes, diciembre 26, 2006

"Férias"

Estou de "férias" do Chile por 2 semanas... volto no dia 30 de dezembro, pra dizer como é o Reveillón pros lados de lá...
beijos!

martes, diciembre 12, 2006

E eu que pensei que meu nome era comum…

Não sei o que poderia haver de estranho em juntar dois nomes tão comuns – Ana e Paula.

Pois por algum motivo aqui no Chile assim é. Não que achem meu nome estranho, mas simplesmente quase não existem Anas Paulas chilenas. Posso dizer, pela primeira vez na vida, que tenho um nome “diferente”. Outro dia até disseram que acham meu nome “cool”. Bom, pelo menos não vou passar pelas crises que tinha no Brasil, quando tinha que ligar pra alguém e ficava horas pensando como eu iria me apresentar pra pessoa saber que eu era eu... (oi aqui é a “Ana”, “Aninha”, “Papoula”, “Ana Aleixo”, “Ana da ESPM”!!!)

O que mais me intriga é como podem achar Ana Paula um nome estranho, se aqui o mais comum são os nomes compostos. Mas nomes-nomes mesmo, e não Ana Maria, Maria Fernanda, Ana Carolina, como nós estamos acostumados.

Por aqui os nomes compostos são: Carolina Fernanda, Paula Ximena, Gabriela Florencia, Javiera María, Francisca Verónica e por aí vai... e depois vêm dizer que o meu simples “Ana Paula” é que é estranho?? Vai entender...

domingo, diciembre 10, 2006

E ele se foi.

Posso dizer que vivi um dia histórico no Chile. O velho Pinochet, que já parecia ser imortal, hoje passou para o andar de cima (ou para o de baixo). O Chile pode ser considerado um país dividido entre os que o apoiam e os que não o apoiam. Existem esses dois grupos, ainda que dentro deles haja pessoas mais ou menos fanáticas, mais ou menos engajadas.

Mas eu me impressionei ao saber que há tantas pessoas que o idolatram, tratando-o como o homem que salvou o Chile, que impediu que o caos aqui se instalasse. Aliás, tenho lido vários comentários de pessoas que justificam a ditadura Pinochet com suas conquistas para o desenvolvimento econômico do Chile. Foi o seu governo que criou as bases econômicas para que o Chile se tornasse o país mais desenvolvido da América Latina. E foi seu governo que assassinou mais de 3.000 pessoas, torturou outras 30.000, e fez com que 1.000 famílias não soubessem até hoje onde estão parentes mortos.

Não existe justificativa para essas mortes. Nem desevolvimento econômico, nem nada.
Não quero aqui me alongar muito, pois há gente muito mais qualificada que eu que certamente saberá analisar melhor o que significou essa ditadura. Só quero escrever que eu não festejei a morte dele, aliás, como muitos chilenos. Teríamos festejado se ele tivesse pago por pelo menos 1% do que fez.

Já que morrer vamos morrer todos, que o castigo dele tivesse sido à altura dos seus feitos.

viernes, diciembre 08, 2006

Idioma chileno - pronúncias

Sim, aqui no chile não se fala castellano, mas chileno. Eles usam tantas expressões e palavras próprias e têm uma maneira tão peculiar de pronunciar as palavras, que falam praticamente um novo idioma.

Neste post vou falar um pouco da pronúncia de algumas letras e encontros vocálicos (esse eu busquei no meu arquivo de aulas de Português!).

Por exemplo, uma das coisas mais difíceis pra mim é identificar o “b” e o “v”. Simplesmente porque eles pronunciam essas duas letras da mesma forma. É um “b” quase “v”. Ou vice-versa. Por exemplo: quando pronunciam “Bilbao”, se escuta algo como “bvilbvao”. Ou então “bonito”, é como “bvonito”.

Outra coisa que eu achei muito engraçada na pronúncia deles, é que eles simplesmente não falam o som exato do SH ou do CH. Principalmente para as palavras que estão em inglês, a coisa fica bem curiosa. Portanto, você não vai ao “show” do U2, você vai ao “tchow” do U2. Muito menos passeia no “shopping”, mas sim no “tchoping”. E você não come um sushi ou um sashimi, mas sim um "sútchi" e um "satchími".

O som do G e o J, em palavras de outros idiomas, também sai como uma mistura de YE, YI, algo assim. Portanto, Jennifer é “Yienifer”. Maragogi, é “Maragoyi”. Gmail é “Yimail”.

Enfim, falar castellano no Chile é praticamente falar um idioma dentro de outro. No mínimo, curioso.

Quando os Moura e Souza encontraram os Guerra


O encontro das duas famílias sempre é um momento de apreensão. Apesar de saber que meus pais iam se dar muito bem com meus sogros e cunhados, sempre dá aquele nervosinho. Mas graças a Deus minhas expectativas se confirmaram e tudo foi perfeito. Pai e mãe ficaram aqui em Santiago de 23 a 29 de novembro. Agora fica a esperança de um próximo encontro em breve!

As fotos do encontro (e todas as outras aqui de Santiago) você pode ver no meu Flickr

jueves, diciembre 07, 2006

Cidade grande do interior

Para mim até agora, viver em Santiago é como morar numa cidade grande do interior. Tem coisas de cidade grande, tem coisas de cidade do interior. O bairro que eu estou morando, por exemplo. Eu caminho aqui pelas ruas e me sinto em Sorocaba, Botucatu etc. Pode ser uma segunda-feira, 3 horas da tarde, e não escuto barulho de buzina, só canto de passarinho. Paro embaixo de uma amoreira e como amoras madurinhas. Caminho mais um pouco e entro numa pracinha com crianças brincando (e aos finais de semana até realejo tem). Mas se ando mais um pouco, chego ao supermercado Jumbo ultra mega plus, a uma Starbucks com Internet wi-fi, a uma avenida super movimentada... e aí já me lembro que estou numa cidade grande.

Por enquanto está assim. Estou adorando o meu bairro, a vista do meu apartamento (aí na foto ao lado), os vizinhos (até agora todos super simpáticos). Tá, sei que isso tá muito "romanticozinho", mas tem coisa melhor que ir se apaixonando aos poucos por uma nova cidade?!?!

lunes, diciembre 04, 2006

E quando a terra tremer???

Uma das coisas que mais me causou estranheza, para não dizer que me assustou, desde que cheguei aqui, foi saber que no Chile é comum ter terremoto. Acreditem se quiser, todos com os quais conversei se lembram de terem sentido pelo menos 1 tremor de terra. Mas aqui eles tratam disso com tanta naturalidade como se estivessem falando de uma tempestade de verão, às quais nós brasileiros estamos mais que acostumados. Aliás, quando um chileno que esteve em São Paulo me descreveu o que sentiu quando vivenciou uma chuva de verão, pensei: para eles, esses são os nossos terremotos.


Também me lembro quando fui pela primeira vez a um cidade de praia daqui e me deparei com placas que indicavam rotas de evacuação em caso de tsunami. Meda. E aqui no meu prédio, então?? O que vocês sentiriam se toda vez que fossem tomar o elevador se deparassem com a plaquinha aí ao lado “em caso de incêncio ou de terremoto não use o elevador”?

Mas para que todos se tranquilizem, apesar de serem comuns no Chile, os terremotos não causam grandes transtornos em Santiago. Certamente os estragos que as chuvas fazem no Brasil ganham de longe dessas “tremedinhas” ingênuas...
Ainda não senti meu “primeiro tremor”, mas se isso ocorrer um dia... conto pra vocês se eu me portei bem ou se comecei a rezar “Santa Bárbara, São Jerônimo” que nem uma louca (essa expressão já foi muito usada pelos Moura e Souza).

E, por incrível que pareça, os tremores acabam por deixar a cidade mais bonita. Isso porque, por questões de segurança, a maioria dos prédios aqui não tem mais do que uns 14 andares. É uma sensação que há muito eu não sentia: olhar ao redor e ver 100% do céu. Ao final, sofrer com umas tremidinhas de vez em quando até que vale a pena.